TEXTO ÁUREO
“Porfiai por
entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e
não poderão.”
(Lc 13.24)
VERDADE
PRÁTICA
A porta
estreita não é uma opção, mas a única alternativa disponível para o crente
entrar no céu.
LEITURA BÍBLIA EM CLASSE
Mateus 7.13,14; 3.1-10
Mateus 7
13 – Entrai pela porta estreita, porque larga é
a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que
entram por ela;
14- E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e
poucos há que a encontrem.
Mateus 3
1- E, naqueles dias, apareceu João Batista
pregando no deserto da Judeia
2- e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.
3- Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama
no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
4- E este João tinha a sua veste de pelos de camelo e um cinto de couro em
torno de seus lombos e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.
5- Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província
adjacente ao Jordão,
6- e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.
7- E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo,
dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?
8- Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento
9- e não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu
vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.
10 – E também, agora, está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore,
pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Nesta lição,
estudaremos a analogia da “porta estreita” e da “porta larga”, mencionada pelo
Senhor. Veremos que nosso Senhor teve a pretensão de mostrar aos pecadores o
caminho para a salvação. Para compreendermos melhor a soteriologia de Cristo,
responderemos às seguintes questões: o que significa a analogia de Jesus
concernente à “porta estreita” e ao “caminho apertado”? Por que devemos
escolher a porta estreita? De que maneira o pecador pode entrar pela porta que
o leva para o Céu? E, por fim, aprenderemos que a consistência da vida cristã
tem por base o arrependimento, a confissão de pecados e a experiência do
perdão.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Explicar a analogia da “porta estreita” e do “caminho apertado” do ponto
de vista bíblico e teológico;
II) Destacar que a decisão pela porta estreita requer uma vida de
renúncia e disposição para enfrentar os desafios da caminhada cristã;
III) Apontar que a entrada pelo caminho estreito está baseada no
arrependimento, confissão de pecados e novo estilo de vida.
B) Motivação: As figuras da “porta estreita” e do “caminho apertado” confrontam
as pessoas que ouvem a mensagem do Evangelho. Do mesmo modo, leva os crentes à
reflexão a respeito de se estão, de fato, se portanto de maneira digna a entrar
na eternidade com Deus. Aproveite para conversar com seus alunos sobre o estilo
de vida dos que estão aguardando ansiosamente pelo Arrebatamento da Igreja. Finalize
este momento, perguntando: “Estamos, de fato, trilhando pelo caminho apertado?”
C) Sugestão de Método: O primeiro tópico desta lição aborda o conceito de porta
e caminhos de acordo com a perspectiva bíblica da salvação. A analogia
“caminho” aparece no Antigo Testamento, especificamente, para ilustrar a vida
de renúncia ao pecado e decisão pela prática da justiça. No Novo Testamento, a
figura da “porta” é aplicada de maneira mais direta pelo próprio Cristo quando
se compara à porta pela qual as ovelhas podem entrar, sair e encontrar pastagem
(uma situação cotidiana das regiões camponesas de Israel). Relacione no quadro
as duas situações e faça um exercício de correlação bíblica, isto é,
identifique o sentido de cada ilustração no contexto bíblico. Você pode
consultar as informações no Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento,
editado pela CPAD.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A trajetória da vida cristã é marcada por ofertas de prazeres
e deleites terrenos que são renunciados pelos crentes à medida que vivem um
relacionamento estreito com Deus. O cristão comprometido com o Evangelho mantém
a obediência aos preceitos da Palavra de Deus, pois sabe que a devoção
verdadeira requer disposição para viver um estilo de vida que expresse, de
fato, a renúncia às obras da carne e o cultivo do Fruto do Espírito.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista
Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens,
artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição
97, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão
suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “Os dois caminhos: o largo e o estreito”, localizado depois do
primeiro tópico, destaca a ideia de escolha entre dois caminhos presente no
Antiga Testamento;
2) O texto “Porta”, ao final do segundo tópico, apresenta o uso frequente da
palavra porta no contexto bíblico, bem como seu uso literal e figurativo.
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
estudaremos o símbolo da porta estreita e da larga, do caminho apertado e do
espaçoso. Nosso propósito é pontuar algumas razões que nos mostram porque
devemos escolher a porta estreita e, do ponto de vista bíblico, como entrar
pelo caminho apertado. Nesse sentido, veremos que o início da nossa jornada
deve levar em conta o caminho que nos conduz ao Céu.
Palavra-Chave
Porta
AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICA
“Os dois caminhos: o
largo e o estreito (Mt 7.13,14). O caminho da morte e o da vida aparecem no
Antigo Testamento, na literatura intertestamental, nos escritos de Qumran e na
literatura cristã primitiva […]. Na literatura de Qumran os dois caminhos são
expostos como o ‘caminho da luz’ e o ‘caminho das trevas’. Jesus, de forma
típica, apresenta as opções diante da audiência em paralelismo antitético: uma
porta para a vida ou uma porta para a morte. A maioria das pessoas toma o
caminho fácil, o qual é desastroso. A porta para a vida é difícil e restritiva;
os verdadeiros discípulos são minoria. Dado o contexto de Mateus, a dificuldade
da porta estreita é o caminho da justiça, na qual Jesus há pouco instruiu as
pessoas” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Mateus-Atos. Vol. 1.
Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 61).
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“Porta. Uma palavra
mencionada muitas vezes na Bíblia Sagrada. Na versão KJV em inglês, é a
tradução de sete palavras hebraicas e uma grega. Os dois termos hebraico
frequentemente usados são: delet, referindo-se à própria porta, e petah, uma
porta de entrada. A palavra ‘porta’ é utilizada tanto no sentido literal como
de modo figurativo. Uso literal (por exemplo, Gn 19.6, 9; 2 Rs 9.10). As portas
comuns eram feitas de madeira, mas às vezes eram feitas de espessos pedaços de
pedra, tanto para casas como para tumbas. Cadeados de madeira, latão, ou ferro
eram usados (Jz 3.24,25). Nas tendas as portas eram aberturas cobertas por uma
aba (Gn 18.1,2). Uso figurativo. Provavelmente, o uso mais frequente de porta
de modo figurativo seja como símbolo de oportunidade, especialmente para o
testemunho e o serviço cristão (por exemplo, 1 Co 16.9; 2 Co 2.12; Cl 4.3; Ap
3.8). O termo porta é também usado para representar o caminho pelo qual uma
pessoa entra em algum lugar. O próprio Cristo é a porta pela qual o ser humano
alcança a salvação (Jo 10.9; cf. At 14.27; Os 2.15). Aquele que está próximo é
considerado como ‘estando à porta’ (Mt 24.33; Tg 5.9; Ap 3.20; Gn 4.7)”
(Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1576).
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
“PORTAS DA CIDADE
No mundo antigo, as
portas desempenhavam um papel crítico nas defesas de uma cidade. As portas
geralmente eram o ponto mais fraco nos muros de uma cidade e, portanto, muitas
vezes o ponto de ataque dos exércitos sitiantes. Para uma cidade ser forte, não
bastavam muros maciços; tinha de ter portas fortes. As portas da cidade também
eram o local dos tribunais judiciais, bem como o local onde os impostos eram
recolhidos. Jeremias 38.7 indica que o rei realizou a corte em uma das portas
de Jerusalém. Quando os profetas do AT atacam a injustiça, eles frequentemente
se referem às portas da cidade como lugar de justiça (Am 5.15).” Amplie mais o
seu conhecimento, lendo o Dicionário Bíblico Baker, editado pela CPAD, p.400.
CONCLUSÃO
No momento que inicia
sua jornada com Cristo, o cristão deve ter a consciência de que escolheu o
caminho estreito e a porta apertada para trilhar o caminho do céu. Isso
significa que precisamos renunciar ao eu, nossos pensamentos e desejos, para
que Cristo apareça (2 Co 5.17). Isso só é possível por meio de um verdadeiro
arrependimento, confissão de pecados e a experiência do perdão.
CPAD :
A carreira que nos está Proposta – O Caminho da Salvação, Santidade e
Perseverança para chegar no
| Lição 02: A Escolha entre a Porta Estreita e a Porta Larga
O assunto envolvendo a porta estreita, à luz
de Mateus 7.13, 14, faz parte do Sermão do Monte. A compreensão desse tema nos
remete aos principios que foram vaticinados por Jesus Cristo aos seus
seguidores para terem um viver espiritual e ético nos padrões do Deus Eterno.
Esse ensino vai na contramão de tudo o que uma sociedade sem Deus adota, que
ensina uma liberdade que conduz à libertinagem, que a verdade depende do
conceito de cada um, que o que vale é o prazer. Nosso divino Mestre, Jesus, por
meio do ensinamento da porta estreita e do caminho apertado, não é vago, mas,
sim, direto, evidenciando que o seguimento para uma vida de fé requer
sacrificio, compromisso (Lc 1.75).
Um dos maiores emblemas divinos para a vida
crista é a cruz, palavra que carrega três significados:
1. Antigo instrumento de tortura e morte,
formado por duas vigas, uma atravessada na outra, em que eram pregados ou
amarrados os condenados. As cruzes eram de três feitios: em forma de xis, ou de
tê maiúsculo, ou de sinal de somar, sendo mais longa a viga que ficava
enterrada (Mc 15.30).
2. A morte de Cristo na cruz (1 Co 1.17; Gl
6.14).
3. Disposição de sofrer por Cristo até a
morte (Mt 16.24).
Assim, o chamado para viver a jornada com
Cristo para o Céu envolve a ação de renunciar a si mesmo, os prazeres mundanos,
como o tomar a cruz, que é o estar pronto a viver pelo nome de Deus e fé até
enfrentar a morte, o que requer dedicação e renúncia. Jamais se pode
conjecturar que a vida com Cristo seja sem sacrificio, apenas de facilidade;
não é isso que a mensagem da porta estreita e do caminho apertado querem nos
falar. Por outro lado, a mensagem transmitida pela porta larga e o caminho
espaçoso é a de que pela nossa escolha podemos trilhar a jornada da conveniência,
da prioridade dos desejos do eu, do nosso achismo, de um viver que não quer
qualquer alinhamento com a Palavra de Deus, mas dominado pelo egoísmo humano.
Está claro que para viver a vida cristã à luz da mensagem de Cristo é preciso
crer e obedecer às Escrituras Sagradas, razão pela qual Jesus mesmo afirmou:
"Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de águas viva correrão do seu
ventre" (Jo 7.38). Nossa vida só pode ser bem alinhada nos valores divinos
se vivermos pela Palavra de Deus, na qual constam os ensinamentos divinos.
O homem pode tomar dois caminhos nesta vida:
um que leva ao Céu, que é apertado, cujas placas de sinalização ao longo do
caminho são os mandamentos e ensinos de Cristo Jesus, requerendo um viver
santo, justo, ético, ações marcadas pelo amor, verdade, dessa forma se chegará
ao Pai (Hb 12.14). O outro caminho é o espaçoso, é livre, sem placas de
exigências, prevalecem todos os desejos de um eu não regenerado (Gl 5.19-21).
Por meio desses dois versículos, Mateus
7.13,14, somos chamados por Cristo a refletir sobre as nossas escolhas e que
tipo de decisões iremos tomar nesta vida, em que uma delas pode nos levar a uma
verdadeira espiritualidade, que resultará na vida eterna, em uma comunhão verdadeira
com Deus. É a escolha da porta estreita e do caminho apertado. A outra escolha,
que não requer sinceridade, diligência, compromisso, poderá nos levar à perdição,
que é a porta larga e o caminho espaçoso. Portanto, a decisão está diante de
você se escolher o caminho certo (Jesus), terá vida (Jo 14.6); se escolher o
caminho da perdição, terá a morte eterna.
I-Portas e
Caminhos
No que diz respeito à distinção entre a porta
estreita e a larga, tais ensinamentos tratam sobre as escolhas que as pessoas
fazem. É importante dizer que porta e caminho expressam escolhas. Se fizermos
boas escolhas, as consequências serão grandiosas, porém, o contrário disso, é
que péssimas escolhas geram consequências desastrosas. As metáforas da porta e
do caminho não estão tratando de julgamento, mas de consequências de escolhas
erradas. Assim, por meio do ensino de Cristo, é possível fazer a distinção e
refletir sobre a decisão certa que devemos tomar quanto às nossas escolhas.
Por meio do ensino de Cristo, somos
desafiados a tomar as decisões certas, que podem contribuir para o bem da nossa
vida espiritual, em especial da nossa salvação. Para a vida eterna, no aspecto
soteriológico, à luz do Novo Testamento, está preconizado que Jesus é a porta e
o caminho (Jo 10.9).
Em relação a Jesus sendo apresentado como o
caminho, como Ele mesmo afirmou em João 14.6: "Eu Sou o caminho, e a
verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim". Fica claro em suas
palavras que Ele não estava falando que a meta ou destino final não seria um
lugar fisico, mas, sim, uma pessoa, o Pai, e que o caminho para o Pai era outra
pessoa, seu Filho.
É importante analisar três palavras
destacáveis nesse versículo: caminho, verdade e vida. Pelo caminho se
compreende o acesso ao Pai; pela verdade, trata-se da realidade, que envolve as
promessas feitas por Deus para o bem e salvação do homem; pela vida,
compreendemos que a vida divina é colocada em nós pelo novo nascimento.
1. A porta
estreita
A primeira coisa que devemos levar em
consideração é que a porta aqui representa as escolhas do ser humano, porém,
pode-se falar da porta como entrada para o caminho, que simbolicamente expressa
o início de uma experiência do homem com Cristo Jesus, razão pela qual os
cristãos primitivos foram chamados de "Caminho" (At 9.2; 19.9,23;
22.4; 24.14-22).
O
versículo 13 começa falando sobre a porta estreita, στενῆς (stenés), adjetivo que quer
dizer apertado. Quando se fala de ser estreito, não quer dizer que é muito
dificil ser cristão, pois para isso o Pai providenciou tanto a porta como o
caminho (Jo 10.9; 14.6), mas a ênfase aqui é que Jesus Cristo é o único acesso
para o homem obter a salvação, visto que Ele morreu pelos pecados da
humanidade. Assim, fora dEle não há como ser salvo (At 4.12), porém, é estreito
porque, para se obter a vida eterna, é necessário bater de frente com as
inclinações naturais.
Por estreito, apertado, objetiva-se falar que
para seguir o caminho para a vida eterna é preciso obedecer, guardar, atentar
para os ensinos de Cristo. O ser humano não pode passar por essa porta com a
bagagem do eu, do pecado, da vida narcisista, hedonista, mas requer um
negar-se, que envolve o ato de sacrificar seus próprios interesses, desejos e
opiniões, priorizando então a gloriosa vontade de Deus, um viver segundo seus
princípios (Mt 7.21). Os que desejam entrar pela porta estreita precisam nascer
de novo, pois irão se despir do velho eu (Gl 2.20), estando prontos para viver
uma vida em total e plena obediência aos ensinos de Cristo Jesus, especialmente
em poder praticar a justiça e o amor ao próximo, exercendo a misericórdia e a
humildade. A máxima da lei, como bem pontuado por Cristo, está apoiada
primeiramente no amor verdadeiro para com Deus, em segundo lugar, no amor ao
próximo (Mt 22.37-40).
2. O caminho
apertado
Nos ensinos de Cristo Jesus, as
características do caminho apertado são faustas, que realmente só coloca em
prática aquele que nasceu de novo e que deseja ir para o Céu, pois envolve a
ação de amar a Deus sobre todas as coisas (Mt 22.37, salientando que Deus deve
sempre ser prioridade), de perdoar os que nos ofendem (Mt 6.14,15), ser servo
dos outros sempre com toda humildade (Mt 23.11-12), colocar em prática a
justiça, buscando fazer aquilo que é justo, reto (Mt 5.6), carregar
constantemente sua cruz (Mt 16.24), o que quer dizer que mesmo tendo que enfrentar
diversos desafios e lutas por causa da fé em Cristo, o cristão precisa
manter-se incólume, vivendo e batalhando pela fé que foi dada aos santos (Jd
3).
O caminho é apertado porque não tem
facilidade, os que realmente desejam a vida eterna com Deus têm que manter a
perseverança, verdade, santidade, disciplina, dedicação, para com os tais que
assim vivem, o Senhor jamais os abandonará, mas estará com cada um até o
momento final (Mt 28.20).
3. Porta
larga e caminho espaçoso
As metáforas da porta larga e do caminho
espaçoso apresentam a vida que o ser humano vive no seu egoísmo, negligenciando
a vontade de Deus e procurando estabelecer seu próprio estilo de vida. Os que
vivem na porta larga e no caminho espaçoso são autoindulgentes, querem
glorificação pessoal, priorizam suas vontades e desejos, isso porque não querem
fazer qualquer tipo de renúncia. É a vida totalmente dominada pelo
materialismo; procuram apenas viver dominado pelos bens materiais, querem
conforto, riqueza, há uma ganância que domina o coração dessas pessoas. Os que
priorizam a porta larga e o caminho espaçoso são individualistas e insensíveis,
querem saber apenas de si, jamais dos outros, são dominados pela imoralidade,
tendo comportamento totalmente fora da Palavra de Cristo, sendo promiscuos,
infiéis, não atentando sob hipótese alguma para os valores do Reino de Deus.
Na estrada que leva à perdição, porta larga e
caminho espaçoso, os transeuntes vivem de modo orgulhoso, na arrogância, se
acham maiores do que todos, não há qualquer sentimento de humildade, o que era
algo prioritário no ensino de Jesus (Mt 11.29). Os que adotam a vida que leva à
perdição não possuem qualquer reverência à Palavra, oração, fé, perdão, uma
comunhão com Deus. Os que desejam viver na jornada que conduz ao Céu de glória
jamais devem pensar em entrar pela porta larga e pelo caminho espaçoso, pois
seus valores são contrários ao querer de Deus. É bem verdade que aparentemente
pode oferecer uma vida prazerosa, marcada pela liberdade, mas tudo é ilusão. O
servo do Senhor deve atentar para o conselho do salmista, de não andar segundo
o conselho dos ímpios, não se deter nos seus caminhos, nem se assentar na roda
dos escarnecedores, pois tudo isso perecerá (SI 1.1, 16).
II - Por
que Entrar pela Porta Estreita É Dificil?
Entendemos que a porta estreita é a porta da
renúncia, descrita em Mateus 16.24, requer autonegação, autoindulgência,
desprezo ao espírito egoísta, mundanismo, imoralidade (1 Ts 4.3;1 Jo 2.15). Envolve sacrifício pessoal, isto é, desprezo
aos prazeres mundanos, o que requer um alinhamento aos ensinos de Cristo. A porta
estreita aponta para o novo nascimento (Jo 3.3,5); assim, a velha natureza com
seus desejos pecaminosos não podem prevalecer, de modo que é preciso despir-se
dela com toda a sua bagagem (Ef 4.22; Cl 3.9).
Os que entram pela porta estreita, além de
fazer uma renúncia própria, terão que enfrentar oposições oriundas do lado de
fora, as quais combaterão fortemente para levar o seguidor de Cristo a negar a
fé. Essa oposição vem do mundo dominado por Satanás (2 Co 4.4), isso pelo fato
de não se coadunarem com os ensinos da Bíblia, dos valores cristãos, de modo
que suas ideologias e valores confrontam fortemente o que as Sagradas
Escrituras ensinam. Assim, o cristão poderá ser perseguido por causa de sua fë
e posição. Para resistir, o cristão precisa ser fiel, perseverando na fé em
Cristo Jesus.
Outro ataque que pode vir contra os que
entram pela porta estreita é a dita contracultura. Uma sociedade que vive sem
Deus, nas práticas do pecado, tendo mente e corações corruptos, jamais
concordará com os valores cristãos. O apóstolo Paulo descreve muito bem como é
a sociedade separada de Deus (Rm 1.18-32). Os valores cristãos e seus
defensores sempre serão confrontados. Nesse sentido, diz David Platt:
O Evangelho é a força vital do cristianismo e proporciona o fundamento
para confrontar a cultura, pois, quando cremos de verdade no evangelho,
começamos perceber que ele não só constrange o cristão a confrontar as questões
sociais à sua
Mata compra volta, mas também cria de fato uma confrontação com a cultura
ao seu redor e de dentro de nós. (PLATT, 2016, p. 17)
Um cristão que diz que não se envolverá em
assuntos que a sociedade tem como normais e que a Bíblia é contra mostra que
não tem em sua vida 0 real evangelho, pois quem vive o evangelho de Cristo
jamais compartilhará ou se conformará com este século (Rm 12.2). A revolta da
sociedade contra o evangelho é visível; qualquer ponto que trata sobre alguma
questão social já é rotulado como ofensivo.
O evangelho é ofensivo hoje para uma
sociedade sem Deus não somente por causa da questão do aborto e da
homossexualidade, mas, sim, porque combate todas as práticas do pecado de um
povo que opta por entrar pela porta larga e pelo caminho espaçoso. Jesus deixou
claro que o mundo o odiava porque combatia suas obras pecaminosas, das trevas
(Jo 3.19,20); o mesmo acontece com os que procuram falar as verdades bíblicas.
1. Porque as
oportunidades da porta larga e do caminho espaçoso são atraentes
Ao se falar da porta larga e do caminho
espaçoso, Jesus disse: "[...] muitos são os que entram por ela" (Mt
7.13). Há um poder de atração que carrega um número maior para trilhar o
caminho espaçoso. Podemos numerar algumas placas que atraem seus transeuntes,
vivendo a experiência da porta larga. No caminho espaçoso, pode acontecer
aparentemente uma imediata gratificação, isso pelo fato de as escolhas serem
livres, sem qualquer exigência, atendendo o gosto do cliente da forma que ele
quer e deseja, como diz Paulo, "amigos dos prazeres" (2 Tm 3.4, ARA).
Prevalece nesse caminho espaçoso a realização de todas as concupiscências da
carne, as paixões mundanas.
Na porta larga, as oportunidades são
atraentes porque não há perseguição, contrariedade, oposição, ninguém é dono de
ninguém, cada um é livre para viver do jeito que quer e pensa, não há críticas.
Há, na verdade, uma sensação de absoluta liberdade, não há qualquer expressão
que gere um sentimento de consequência, de responsabilidade. Não se pede
mudança de vida nem questões éticas e morais, o que vale é seguir seus
impulsos. Todo esse tipo de vida é combatido pela Palavra (1 Pe 2.11). A
sociedade hodierna não somente aprecia as atrações da porta larga e do caminho
espaçoso, como também aprova esse tipo de conformidade social, isso pelo fato
de seus ensinos e valores corresponderem como ela mesma pensa. A mentalidade do
mundo sem Deus é desprendida, livre de qualquer princípio bíblico.
Jesus falou que é bem verdade que a porta
larga e o caminho espaçoso levam uma multidão maior, porém, deixou claro que o
destino final é a perdição, substantivo feminino que aponta para apoleia, ato
de destruir, destruição total, deterioração, ruína, destruição, a destruição
que consiste no sofrimento eterno no Inferno (Mt 7.13). É a perda do bem-estar,
da felicidade. Não haverá felicidade eterna para os que seguem a porta larga,
posto que viverão separados de Deus. Na verdade, todos quantos passam a entrar
pela porta larga e trilhar o caminho espaçoso têm um destino triste, horrível,
pois caminham para a destruição, para a aniquilação, para a perdição eterna (Dn
12.2; Mt 3.12; 18.8; 25.41,46; Mc 9.43; Lc 3.17; 2 Ts 1.9; Jd 6.7; Ap 14.9-11;
19.3; 20.10).
2. Porque a
porta estreita e o caminho apertado têm muitas exigências
Quem deseja seguir a Jesus Cristo precisa
alinhar sua vida aos seus ensinos e exigências. Crer nEle envolve voltar-se
plenamente para a Palavra, sem opiniões próprias, conjecturas, achismo (Jo
7.38). Seja para o mais humilde homem, seja para o mais culto, Cristo só se
apresenta como o Salvador. Foi assim que disse para o letrado e culto Paulo:
"Eu sou Jesus" (At 9.5). Como bem fala Pedro, "em nenhum outro
há salvação" (At 4.12).
A
porta estreita e o caminho apertado são bem restritos. Podem ser descritos, conforme
já destacado, como uma passagem que fica pressionada por dois penhascos. Isso
tudo aponta para a nova vida que o crente vive, certo de que ainda há no seu
interior, mesmo como a implantação da nova natureza, a velha natureza, de
maneira que terá que lutar contra as tentações do lado de fora e de dentro,
porém, com um diferencial, a luta de dentro pode ser vencida pela presença do
Espírito Santo (Gl 5.16).
Há uma luta tamanha na vida do crente, que é
entre a carne e o Espírito (Gl 5.17). Podemos dizer que é nesse particular que
se diz também que o cristão deixou de trilhar o caminho dos pecadores para
viver no caminho dos justos. Assim, quem passa a entrar pela porta estreita e o
caminho apertado vai viver na autonegação, priorizar a santidade e a justiça,
pureza moral, buscando ser como o Pai é (Mt 5.48). Envolve também a abnegação,
não priorizando seus desejos e vontades, mas, sim, o querer do Senhor,
abandonando o pecado de vez, reconhecendo sua pequenez, falhas, erros,
iniquidades, anelando um viver pela obediência à Palavra.
Conforme esclareceu Jesus Cristo, a porta
estreita e o caminho apertado têm muitas exigências pelo fato de que o convite
para viver a vida cristă requer compromisso de uma vida espiritual transformada
e genuina, segundo os padrões da vontade de Deus e seus ensinos. Há exigências para
viver uma vida de santidade, posto que o cristão segue sua jornada de fé para o
Céu, de modo que deve proceder em justiça e pureza moral em todos os momentos
(Lc 1.75). Esse estilo de vida tem que se ajustar para ser conforme o Pai (Mt
5.48). Quem assim procede está em consonância plena com os ditames divinos de
Cristo Jesus.
Na porta estreita e no caminho apertado,
exige-se que aquele que entrou por essa nova vida com Cristo expresse um amor
verdadeiro para com o próximo, que é a segunda máxima do resumo da Lei e dos
Profetas (Mt 22.37-40), viver em plena humildade, estando sempre pronto para
servir aos outros (Mt 23.11, 12), amar e orar pelos seus inimigos (Mt 5.44),
renunciar a todos os pecados e aos desejos egoístas, rendendo-se perante os
ensinos de Cristo e permanecendo fiel até o fim (Mt 16.24).
As exigências para trilhar o caminho estreito
não são para dificultar a entrada do cristão no Céu, mas, sim, para torná-lo
mais puro a fim de ser como Jesus é (Rm 8.29; 1 Jo 3.2) e colocá-lo em uma
perfeita condição de poder caminhar plenamente com o Pai Eterno, o qual é Santo
e exige santidade (1 Pe 1.15,16), a verdadeira comunhão (Hb 12.14). Portanto, a
vida do cristão que caminha para o Céu deve envolver um novo nascimento,
sacrificio, amor, santidade e humildade.
III-
Entrando pela Porta e pelo Caminho do Céu
Nas palavras de Cristo, por meio do que
ensinou em Mateus 7.13-14, por parte daqueles que anelam uma eternidade feliz,
para se ter uma vida em comunhão gloriosa com o Pai, é preciso ter ação a
atitude certa, priorizando o estilo de vida que corresponda ao querer do
Senhor. À luz do Novo Testamento, evidenciam-se as condições imprescindíveis
para entrar pela porta estreita e trilhar o caminho apertado. A primeira
atitude a ser tomada é arrepender-se, um abandono total do pecado e um voltar- se
para Deus. Esse foi o primeiro tema da mensagem do Divino Mestre, Jesus (Mt
4.17). Segue-se a isso a necessidade de ter uma vida em plena obediência aos
mandamentos de Cristo (Jo 14.15), o amor a Deus sobre todas as coisas (Mt
22.39), a prioridade ao Reino de Deus (Mt 6.33), desenvolver os atos piedosos
(oração, meditação na Palavra, jejum isso firma mais e mais a comunhão com
Deus), jamais se amoldar ou se conformar com o mundo pecaminoso (Rm 12.2) e
perseverar firme até o fim (Mt 24.13; Dn 12.13).
1.
Arrependimento de pecados
Lamentavelmente, esse tema já não se faz
presente nas mensagens de muitos pregadores da atualidade, pois estes estão
priorizando a exaltação pessoal, ou preferem falar aquilo que os outros desejam
ouvir. Esse tipo de situação iria acontecer no fim dos tempos, como foi dito
pelo apóstolo Paulo: querem ouvir aquilo que satisfaz, que impressiona, que
emociona, mas não transforma (2 Tm 4.3). O arrependimento é descrito
biblicamente como aquela atitude verdadeiramente sincera em reconhecer que é um
pecador e necessitar de um Salvador. É descrito também como um pesar sincero de
algum ato ou omissão. O verbo grego metanoeő é uma palavra composta
primeiramente temos meta, que quer dizer "depois", trazendo no seu
bojo a questão de mudança; em seguida, vem поеб, "perceber", que
envolve a questão da mente. Daí o surgimento de nous, mente, que se trata do
lugar em que acontece a reflexão moral. Assim, arrependimento quer dizer mudar
de mente ou propósito, é mudar para melhor (Lc 17.3,4). Na verdade, toda essa mudança
está envolvendo o arrependimento do pecado por intermédio do poder do evangelho
de Cristo na vida do pecador (Rm 1.16). Na obra Teologia Sistemática
Pentecostal, o pastor Antonio Gilberto, falando sobre o arrependimento, diz:
O verdadeiro
arrependimento é o que produz convicção do pecado; contrição do pecado;
confissão do pecado; abandono do pecado, e conversão do pecado. Se essas cinco
reações por parte do homem não ocorrerem, não se trata de arrependimento
verdadeiro, completo, mas apenas tristeza e remorso: "Porque a tristeza
segundo
Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende;
mas a tristeza do mundo opera a morte (2 Co 7.10). (GILBERTO, 2009, p. 358)
Arrepender-se implica a pessoa reconhecer
seus próprios pecados e falhas diante de Deus e ser consciente de que depende
dEle para salvação (1 Jo 1.9). Quando acontece o arrependimento na vida de uma
pessoa, prontamente ela está manifestando a busca por uma vida transformada e
restaurada para viver em comunhão com o Pai (1 Co 1.9). Ο arrependimento
envolve a confissão de pecado, isso pelo fato de a própria pessoa os
reconhecer.
Doravante, estará pronta para abandoná-los de
uma vez por todas, lembrando-se das palavras que nosso divino Mestre disse à
mulher pecadora: "[...] vai-te e não peques mais" (Jo 8.11). É
preciso ser consciente de que arrependimento não se trata de uma emoção
aparente, um simples movimento, todavia, trata-se de uma atitude que envolve
mudança de comportamento e comprometimento, e estar pronto para viver e
obedecer aos ensinos de Cristo.
O arrependimento não é um remorso, pois ele
leva a pessoa a uma reflexão de seus pecados, consciente de que precisa
abandoná-los, mudar de vida e compreender que só Jesus é quem pode perdoar os
pecados cometidos (Mt 9.6; 1 Jo 1.9).
O remorso se manifesta de modo intenso como
sentimento de culpa, o qual pode até parar a vida de uma pessoa, levando-a
diversas doenças.
2. Confissão
de pecados
Biblicamente, o verbo confessar quer dizer
declarar o que se crê ou sabe. A pessoa confessa os seus pecados (Sl 32.5) e
afirma que crê no Deus Poderoso e Salvador (Rm 10.9,10). O ato de confessar os
pecados faz parte do processo envolvendo o arrependimento. É afirmar e
confirmar perante Deus que pecou, errou, que não cumpriu seus mandamentos e leis,
não viveu conforme a sua vontade. O ato de confessar envolve uma atitude de
humildade, pois revela o quanto somos falhos e fracos em nossa natureza, razão
pela qual nos voltamos plenamente para o Deus verdadeiro, o qual pode nos socorrer.
No momento em que acontece a confissão por parte do pecador, a pessoa está
demonstrando uma atitude também de responsabilidade, pois de fato assumiu o que
praticou, sem transmitir para outros as suas culpas, como fez Adão no Éden. A
confissão
é por demais relevante porque
mostra que nesse ato a pessoa não quer mais conviver com uma vida dissimulada,
escondendo seus pecados, mantendo uma vida de aparência, antes, quer seguir em
frente com uma vida santa, limpa e verdadeira diante de Deus, por isso busca em
Cristo o perdão (1 Jo 1.9).
É preciso entender o quanto a confissão de pecados é maravilhosa. Por meio dela pode acontecer a cura como também a liberdade, como é bem pontuado por Salomão: "o que as confessa e deixa alcançará misericórdia" (Pv 28.13). Na confissão, o peso da carga do pecado é deixado de lado, não há mais aquele sentimento de culpa, medo e desespero, pois Jesus alivia tudo (Mt 11.28,29). Pela confissão, Cristo concede o perdão, o qual vem acompanhado da restauração espiritual e emocional, pois o amor de Deus concede o perdão. Quando acontece a verdadeira confissão, a pessoa recebe não somente o perdão, mas uma mudança de vida, de comportamento, de atitudes, não há mais espaço para arrogância, sentimento de grandeza, pois foi humilhando-se diante do Cristo Eterno, por reconhecer os pecados e suas fraquezas, que o perdão foi concedido. Um cristão que é consciente de que foi perdoado sabe perdoar o seu semelhante, pois sabe o quanto isso é glorioso e maravilhoso. A razão de a mulher pecadora agir daquela maneira com Jesus, quebrando todas as normas e etiqueta da época, foi porque ela sabia o tamanho do perdão que Ele lhe concedeu (Lc 7.44-48).
Não podemos jamais considerar o ato de
confissão como mera religiosidade, um rito; isso resultará em uma prática
vazia. Porém, à luz da Bíblia, a confissão é uma atitude que nasce de um
coração arrependido,
,,,,,, EM CONSTRUÇÃO